Francisco Assis defende valorização do diálogo social na cooperação UE-ACP
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, defendeu, esta quinta-feira, 23 de junho, uma maior cooperação entre a União Europeia (UE) e o grupo dos Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP), através da valorização do diálogo social e da participação da sociedade civil.
“Eu julgo que este é um tempo em que nós podemos reforçar as nossas ligações, nomeadamente no âmbito dos acordos económicos, sociais e políticos que temos, nas dimensões do diálogo social e da participação da sociedade civil”, afirmou, durante a sessão de abertura do encontro do Comité de Acompanhamento UE-ACP do Comité Económico e Social Europeu (CESE), em Lisboa.
Referindo as três componentes do CES português, que incluem o Plenário com representações dos diversos sectores da sociedade, Francisco Assis destacou a importância da manutenção do “diálogo permanente” e da aprendizagem mútua entre países nesse campo, no seio dos comités económicos e sociais. “Encontrei aqui no CES um campo extraordinário para a cooperação internacional”, explicou, considerando que, em particular, “no âmbito da cooperação entre a UE e os países ACP esta é uma dimensão que deve ser valorizada”.
“Não tenho nenhuma dúvida de que grande parte do futuro do mundo passará pela ligação entre a Europa e os países ACP”, asseverou o presidente do CES, depois de, no início da intervenção, ter sustentado que, nos “tempos difíceis vividos” a nível internacional – na sequência da pandemia e da invasão da Ucrânia – , é preciso evitar o “regresso a um protecionismo rigoroso”.
“Não podemos arriscar uma perda significativa de cooperação e projeção de diálogo multilateral que temos de manter sempre com várias zonas do mundo”, salientou Francisco Assis, considerando que “a Europa precisa muito da cooperação com os países ACP pelas mais diversas razões, até pelas limitações das soberanias”.
“Olhando para o que tem sido a experiência dos últimos 30 ou 40 anos de cooperação entre a União Europeia e este conjunto de países, temos todas as razões para olhar para o futuro com otimismo”, referiu o presidente do CES, salientando, por isso, que “a renovação do acordo entre a UE e os países ACP é fundamental”, numa alusão ao que antes tinha sido defendido por Francisco André, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, também presente na sessão.