
Francisco Assis preocupado com aumento do número de trabalhadores/as pobres em Portugal
O Presidente do Conselho Económico e Social (CES) considera “inaceitável” o elevado número de trabalhadores/as pobres em Portugal e defende que o país necessita de alcançar um “amplo consenso” para reformar o Estado Social. “O número de trabalhadores pobres aumentou (no país) e este é um tema que tem de ser tratado”, sublinhou Francisco Assis, esta quinta-feira, durante uma intervenção no 7º Congresso da Ordem dos Contabilistas Certificados, em Lisboa.
Para o presidente do CES, uma reforma do Estado Social tem de ser feita “pelo menos nas dimensões da saúde, educação e segurança social” e necessita de “um amplo consenso entre os dois maiores partidos portugueses”. “É uma reforma essencial para o país e, por isso, não pode estar sujeita a mudanças ao sabor da alteração de governos”, disse.
No encontro, Francisco Assis começou por apontar a natalidade como “um dos maiores problemas do país” e reconheceu que essa questão “tem implicações ao nível da sustentabilidade financeira, incluindo da Segurança Social”. Lembrando que o tema tem sido alvo de debate nos últimos dias, o presidente do CES garantiu que essa questão não pode ser ignorada. “Independentemente do que venha a acontecer, a verdade é que o problema existe”, asseverou, acrescentando: “foi um erro ignorar este tema nos últimos anos”.
Insistindo na necessidade de abordar a Sustentabilidade da Segurança Social “com toda a objetividade”, Francisco Assis afirmou que “a velhice não pode ser vista como um peso na sociedade” e que “é preciso rever as fontes de financiamento” do sistema.
De acordo com os últimos dados revelados pelo Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), Portugal é o segundo país da União onde os trabalhadores independentes estão em maior risco de pobreza, apenas abaixo da Roménia. São dados relativos a 2021 que indicam ainda que mais de 60% desempregados portugueses também estão em risco.