Presidente do CES defende Europa com autonomia estratégica e solidária com a Ucrânia
O Presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, defendeu esta quinta-feira, 10 de novembro, que a autonomia estratégica, num contexto de crise económica e energética, “não pode significar também o fechamento da Europa em relação a outras zonas do mundo”. “Autonomia estratégica, sim. Protecionismo, não”, reforçou Assis, falando do futuro do continente, durante o Encontro Anual de Presidentes e Secretários/as-Gerais Europeus e do CESE, que este ano decorreu em Bucareste, na Roménia.
“Enquanto espaço económico aberto, não faz sentido que a Europa subitamente se feche”, salientou o Presidente do CES, lembrando que no caso português é essencial “reforçar a cooperação com África e as Américas”. “Temos de retomar os processos de diálogo tendo em vista a conclusão de alguns tratados — como o da UE/Mercosul e o tratado entre a UE e os Estados Unidos, cuja negociação foi interrompida–, bem como o apoio a África, promovendo o seu desenvolvimento económico”, asseverou.
Já sobre os impactos da guerra na Ucrânia em termos sociais, Francisco Assis sublinhou que é preciso “contrariar a tentação de alguma quebra na solidariedade” com os ucranianos, admitindo que existe o risco de a Europa se cansar, devido ao prolongamento dos confrontos. “É possível, dadas as consequências para a vida de todos os povos europeus, que haja alguma fadiga. Temos de contrariar a tentação de alguma quebra de solidariedade”, acrescentou o presidente do CES. Nesse sentido, Francisco Assis considerou que há uma “política concertada” nos governos europeus para criar as melhores condições para acolher os refugiados, que contam também com o apoio de muitas organizações da sociedade civil e não-governamentais, e reiterou as “democracias ocidentais têm a responsabilidade de apoiar a Ucrânia”, já que é o direito à própria autodeterminação que está em causa.