Francisco Assis defende valorização da “economia do cuidado”
O presidente do Conselho Económico e Social (CES) garante que a chamada “economia do cuidado vai ser cada vez mais relevante na economia do país e da Europa”. Na abertura do Encontro de Dirigentes Nacionais das Cooperativas do Sector Social, Francisco Assis defendeu, esta terça-feira, a necessidade de valorização do sector.
“A sociedade tem de voltar a valorizar quem desempenha funções nestas áreas, porque prestam um serviço de extraordinária importância”, disse, considerando que “são funções do maior relevo e da maior dignidade”.
Recordando que o país “enfrenta conjunturalmente uma crise grave”, já que, tal como o resto da Europa, “não estava preparado para esta inflação”, nem para “uma guerra inesperada”, o presidente do CES afirmou que o “arrefecimento da atividade económica para combater a inflação tem efeitos diferenciados no conjunto da população”. “Vêm ao de cima muitas das nossas deficiências estruturais: os salários muito baixos, que decorrem de níveis de crescimento residuais, problemas habitacionais, entre outros”, sustentou.
Durante a intervenção no encontro que decorreu por videoconferência, Assis adiantou que “os efeitos económicos nestas organizações (Cooperativas do Sector Social) serão semelhantes aos da generalidade do país”. “Algumas já estão a passar dificuldades sérias”, asseverou, sem deixar de revelar um tom otimista.
“Há alguns dados que nos permitem pensar que a crise não atingirá as dimensões que se temeu”, vaticinou, assegurando ser “evidente que, daqui até lá, temos de apoiar quem está nas situações mais graves e o Estado Português tem a obrigação de olhar para essas situações”.
“Acredito que o ano de 2023 seja o mais difícil. Mas nós, no Conselho Económico e Social, estaremos atentos”, reiterou, deixando, em jeito de conclusão, “uma palavra de ânimo, solidariedade e disponibilidade por parte do CES” em relação ao sector.
“Espero que 2023 seja também um ano de pequenas vitórias e a Assembleia da República possa alterar a lei do CES, garantindo, assim, um reforço da participação do movimento cooperativo no Conselho Económico e Social”, rematou.