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Presidente do CES apela a consensos para reformar áreas fulcrais no país

O Presidente do Conselho Económico e Social (CES) defendeu, esta terça-feira à noite, que “Portugal tem de ter a  capacidade de se confrontar consigo próprio”, salientando a necessidade de se estabelecer “algum consenso em torno do diagnóstico que fazemos da situação do país”.

Durante a intervenção no jantar/debate “A Saúde enquanto pilar do desenvolvimento económico e da coesão social”, promovido pelo Fórum Saúde XXI, em Lisboa, Francisco Assis considerou que “vivemos há demasiado tempo em Portugal um clima de excessiva conflitualidade política”. “No espaço público, temos o dever de falar verdade e de ter vergonha daquilo que não está bem”, asseverou.

Para o Presidente do CES, “não há democracia sem conflitos”. “Os conflitos são essenciais. Mas nenhuma comunidade pode sobreviver só na base do conflito”, afirmou.

Analisando o crescimento em Portugal nos últimos vinte anos (apenas 11%, face à média de 30% na União Europeia) e sublinhando “o baixíssimo crescimento em várias décadas”, Francisco Assis admitiu que “não há Estado Social que resista, se não houver uma economia sólida a funcionar” e apelou a discursos de verdade naquilo que é essencial para o desenvolvimento do país.

“A pior forma de defendermos o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é produzirmos um discurso falso acerca do mesmo. É preciso pensarmos na necessidade de fazermos reformas”, disse, durante a intervenção, acrescentando que “há, neste momento, gravíssimos problemas com o SNS, que não devem ser ignorados”.

“Somos um dos países onde as pessoas gastam mais em saúde. Como podemos falar num serviço universal e gratuito? Temos pessoas que gastam mais de 40% com cuidados de saúde”, sustentou, lembrando que a Saúde e o Estado Social são áreas em que só com consensos é possível resolver os problemas.

“Temos de entrar numa fase, num ciclo político próximo, em que a discussão seja mais serena, mais racional, mais centrada. Nós nem devemos ter medo de assumir os nossos conflitos, que são naturais, nem os nossos consensos, que são necessários”, concluiu.

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