Presidente do CES apela à defesa do “Ocidente de liberdade”
O presidente do Conselho Económico e Social (CES) considera que, enquanto povo, “temos de saber defender o Ocidente de liberdade” e “lutar por aqueles que no mundo lutam pelos direitos humanos”.
Intervindo no encerramento da conferência “Os Desafios da Liberdade”, promovida pelo jornal Público, Francisco Assis defendeu, esta terça-feira, em Lisboa, a propósito da guerra na Europa, que “devemos defender a Ucrânia sem qualquer hesitação”, reconhecendo, no entanto, que “o Ocidente está muito isolado do mundo”.
Para o presidente do CES, “apesar de não podermos aceitar certas visões do mundo, devemos compreender a diferença de quem o vê de outras formas”, uma vez que, referiu, “não é possível impor a democracia pela força”.
Citando o antropólogo Lévi-Strauss, Francisco Assis disse que “todas as civilizações têm o direito de se defender”, salientando a importância de os valores democráticos da “civilização ocidental se saberem defender”.
Numa intervenção em que começou por abordar a “solidão do Ocidente” e a génese da democracia ateniense “que foi capaz de se questionar”, Assis adiantou que “o mundo da política não é um mundo de certezas, mas de opiniões”, elencando o que disse ser “o fundamento da democracia”: igualdade perante a lei, igualdade no acesso ao poder e igualdade no uso da palavra.
“Não há democracia se não houver circulação da palavra, cidadania e uso responsável da palavra”, prosseguiu o presidente do CES, lembrando que na base da criação do espaço público estão a “coragem, a responsabilidade e o pudor”. “É fundamental que aquele que usa da palavra fale verdade”, asseverou, alertando para os riscos de isso não acontecer, entre os quais a propaganda.