Francisco Assis propõe plataforma de diálogo dos CES dos países da CPLP
O Presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, defendeu, esta quinta-feira, na cidade da Praia, Cabo Verde, a criação de uma organização ou plataforma de diálogo dos Conselhos Económicos e Sociais dos países-membros da CPLP.
Em Cabo Verde, a convite do Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, Francisco Assis considerou “essencial a troca de experiências entre organismos congéneres e a abordagem conjunta de interesses comuns”, salientando a importância de “aprendermos uns com os outros”, à semelhança do que já está ser feito entre os CES europeus.
“Já recebemos o presidente do CES de Angola em Portugal e, em Setembro, iremos ao Brasil, a convite do CES brasileiro”, referiu.
Durante um debate sobre “Competitividade, Crescimento e Emprego”, promovido pelo Conselho de Concertação Social de Cabo Verde, no Palácio do Governo, que contou também com a participação do Vice-Primeiro Ministro, Olavo Correia, e da Ministra de Estado e da Coesão Territorial, Janine Lélis, Francisco Assis descreveu a experiência do CES português, nas suas três dimensões, e sublinhou a importância da Concertação Social na “diminuição da conflitualidade”.
“A Concertação Social tem-se revelado da maior importância para o país, com a assinatura de diversos acordos, porque cria um certo clima de paz social e mobiliza a sociedade para os objetivos por si estabelecidos”, explicou, acrescentando que isso “exige entre todas as partes abertura de espírito e uma certa moderação”.
Já sobre os capítulos da Economia e do Emprego, o Presidente do CES afirmou que Portugal tem, atualmente, “uma situação de desemprego relativamente baixa”, mas tem tido “um crescimento insuficiente” e está, a par de toda a Europa, a “enfrentar um problema de inflação”.
“Tornou-se um tema central no nosso país perceber porque temos um crescimento tão modesto”, adiantou, no debate, lembrando a importância da produtividade, tema sobre o qual o CES está a elaborar um Parecer.
“Formamos gente muito qualificada, mas essas elites tendem a sair de Portugal”, disse, deixando um modelo de país, em jeito de conclusão. “Procuramos ter uma economia que cresce, ao serviço das pessoas, e uma vida política que não impeça esse crescimento, mas que estabeleça regras, com uma participação muito ativa da sociedade civil”, rematou.