
CES garante financiamento da segunda e terceira fases do Estudo “Quem Paga a Raspadinha”
O Presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, anunciou, esta terça-feira, que o CES vai financiar a segunda e terceira fases do Estudo “Quem Paga a Raspadinha”. Uma decisão, disse, “que se justifica plenamente perante os resultados desta primeira fase, agora conhecidos”.
Durante a intervenção que fez, na sessão de Apresentação dos Resultados da Primeira Fase do Estudo “Quem Paga a Raspadinha”, o Presidente do CES salientou, ainda, que ao CES compete promover um debate informado na sociedade portuguesa e fornecer informação baseada em evidência científica, que possa contribuir para a tomada de boas decisões por parte do poder político.
De acordo com os dados da primeira fase do Estudo, lançado pelo CES e desenvolvido por uma equipa deinvestigação liderada por Pedro Morgado e Luís Aguiar-Conraria, da Universidade do Minho, 3.09% da população adulta portuguesa está em risco de desenvolver problemas de jogo, sendo que a prevalência de problemas de jogo com raspadinhas é de 1,21%. “Isto significa que há cerca de 100.000 pessoas em Portugal com sintomas ou comportamentos de problemas de jogo com raspadinhas, das quais cerca de 30.000 apresentam Perturbação de Jogo Patológico”, referiu a equipa durante a apresentação.
Esta fase do Estudo já permitiu concluir também que o consumo frequente de raspadinhas é mais comum nas pessoas com baixos rendimentos (400-664€/mês) e que estas pessoas têm 3,1 vezes mais probabilidade de serem jogadores/as frequentes do que as pessoas que auferem mais de 1500€/mês. Por outro lado, o consumo frequente de raspadinhas é mais comum nas pessoas com educação básica que têm 5,8 vezes mais probabilidade de serem jogadores/as frequentes do que as pessoas com mestrado ou doutoramento. As pessoas com ensino secundário jogam mais 3,9 vezes.
Entre as várias conclusões apresentadas, verifica-se também que as pessoas com problemas de jogo com raspadinhas apresentam piores indicadores de saúde mental, incluindo sintomas depressivos, ansiosos e de stress.
O CES agradece uma vez mais às entidades siganatárias do Protocolo sem as quais o Estudo não teria sido possível: Universidade do Minho, Fundação Manuel António da Mota, Fundação Social Bancária, APIFARMA e Fundação Mestre Casais.
Pode consultar a documentação aqui: