Presidente do CES desafia “grandes partidos políticos a entenderem-se” para reformas essenciais ao país
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, desafiou, esta segunda feira à noite, “todos os democratas a se entenderem”, estabelecendo acordos de regime nas áreas centrais para o desenvolvimento do país “num período muito difícil da vida democrática”.
“Estou convencido de que não há nenhum risco de os antidemocratas derrotarem a democracia, mas há um grande risco de os democratas derrotarem a democracia se não forem capazes de entenderem que há determinados princípios constitucionais que nos unem”, asseverou Francisco Assis, convidado do jantar-conferência das Jornadas Parlamentares do PSD, em Lisboa.
Para o presidente do CES, tendo em conta a profunda crise demográfica vivida no país, Portugal “precisa de uma política de imigração séria e consistente”, para não dar azo a “populismos e extremismos”, sendo para isso necessário “um amplo consenso nacional”. “Não podemos ceder em nada desse ponto de vista. Temos de procurar criar as condições adequadas para acolher e integrar essas pessoas”, acrescentou, aconselhando os agentes políticos a tratar o tema “com muito cuidado e alguma ponderação”.
Numa intervenção em que elencou as áreas que entende serem centrais, o presidente do CES apelou ao apoio dos deputados para reformar a Concertação Social, como tem defendido, para que “as grandes discussões se façam todo o ano” – e não apenas aquando da discussão do Orçamento do Estado- e indicou a necessidade de o país fazer uma reforma fiscal “fora do contexto orçamental”. Assumindo-se contra “um choque fiscal”, Francisco Assis considerou, ainda assim, que a questão deve ser discutida, “num debate totalmente claro e transparente”. Já no que toca ao que classificou como “o débil crescimento da Economia”, com níveis muito baixos de produtividade e salários, Assis apelou a “abertura de espírito para encontrar formas para que Portugal cresça”, salientando que “não pode haver trabalhadores pobres, porque um trabalhador pobre é um revoltado”.
Sem ignorar os problemas “gravíssimos”, referiu, que atingem a Saúde e a Educação, o presidente do CES desafiou, ainda, “todos os partidos políticos a participar numa reforma do Estado Social”. “Esse é um debate que tem de ser travado e em que todos os partidos têm de participar”, sublinhou Francisco Assis, garantindo que é isso que os cidadãos pedem a quem tem responsabilidades. “Falo todos os dias com empresários, sindicalistas,… e todas essas pessoas esperam que os grandes partidos políticos estejam à altura das suas responsabilidades”, afirmou, rematando: “estou convencido de que o PSD saberá sempre estar altura das suas responsabilidades e de que Portugal precisa de um PSD forte”.