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Presidente do CES defende locais de trabalho saudáveis e que atentem às especificidades de género

A Presidente do Conselho Económico e Social (CES), Sara Falcão Casaca, defende que “promover locais de trabalho saudáveis é absolutamente essencial para a saúde e bem-estar coletivos”, alertando para o facto de “os riscos psicossociais e de ‘burnout’ não serem indiferentes ao facto de sermos mulheres ou homens”.

“Por força de uma organização social profundamente marcada pelo género, pelas representações sociais acerca daquilo que é esperado, as mulheres confrontam-se no seu quotidiano com uma multiplicidade de funções e de tarefas cujo cumprimento depende muitas vezes da privação do sono, do descanso, do autocuidado”, salientou, esta quinta-feira, na sessão de abertura do II Congresso Internacional de Ambientes de Trabalho e Aprendizagem Saudáveis, na Universidade Lusófona, em Lisboa.

Para a Presidente do CES, “não é por acaso que a perceção da qualidade de saúde é menor no caso das mulheres e sabemos que elas vivem mais anos, mas com menos saúde do que os homens”.

Durante a intervenção, Sara Falcão Casaca fez questão de recordar que, de acordo com o Índice Europeu Para a Igualdade de Género, Portugal está em 24º lugar, na base, em termos de assimetrias de tempo entre mulheres e homens, devido à muito mencionada “dupla ou tripla jornada de trabalho”. E lembrou ainda que “as mulheres também são mais vulneráveis à violência nas relações interpessoais, possuindo profissões bastante feminizadas – na saúde, no cuidado, na educação -, pelo que enfrentam riscos psicossociais consideráveis”.

Alertando, de seguida, para os dados da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, segundo os quais as oportunidades de valorização e aprendizagem nos locais de trabalho são menores para as mulheres, a Presidente do CES sublinhou que “há um longo caminho a percorrer neste domínio”.

“Precisamos de contextos e culturas organizacionais que atentem e se foquem na promoção do bem-estar das trabalhadoras e dos trabalhadores”, disse Sara Falcão Casaca, asseverando que “os contextos, as políticas e as práticas podem ser promotoras da igualdade, respeitar a diversidade e promover a inclusão”.

“As soluções têm de ser coletivas e as respostas têm de ser concertadas”, referiu, concluindo que “o CES se assume inteiramente convocado” para essa missão.

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