Presidente do CES abandona Assembleia-Geral da AICESIS
O presidente do Conselho Económico e Social (CES) abandonou, esta terça-feira, a reunião da Assembleia-Geral da Associação Internacional dos Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares (AICESIS), que decorreu em Atenas, na Grécia, e decidiu suspender a participação em eventos da AICESIS depois de a representação russa se ter recusado a demitir da presidência rotativa daquele organismo, mostrando-se ainda solidária com a posição de Moscovo na sequência da invasão da Ucrânia.
“É inadmissível que a presidência russa ignore os princípios que regem a criação da AICESIS”, defende Francisco Assis, lembrando que “a associação não pode ser presidida por uma organização que os viola”.
A insistência da presidência russa da associação em manter as posições que já tinha assumido surge na sequência de uma carta subscrita por 12 Conselhos Económicos e Sociais europeus apelando à representação russa que se demitisse da presidência rotativa da AICESIS, depois da posição assumida sobre a invasão da Ucrânia.
Durante a participação no encontro, e depois de a representação da China ter considerado que são duas partes em conflito e que é preciso promover o diálogo, o presidente do CES foi perentório na posição assumida por Portugal em relação à guerra na Ucrânia. “Há um país agressor e outro agredido. Os mísseis estão em Moscovo e os mortos estão em Kiev”, asseverou Francisco Assis.
Na reunião, o presidente do CES manifestou-se também contra a proposta de alteração dos estatutos da AICESIS, na qual a presidência russa pretendia eliminar referências ao respeito pela independência dos membros, bem como introduzir um princípio de não ingerência nos assuntos internos de cada país.
Em sinal de protesto, a par das representações francesa e espanhola, Portugal abandonou o encontro, suspendendo a participação em iniciativas da AICESIS enquanto a Rússia se mantiver na presidência da organização.