Presidente do CES defende mais “autonomia, responsabilidade e confiança” na relação do Estado com as Misericórdias

O Presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, considerou, esta sexta-feira, que “não faz sentido criar uma falsa polémica em torno do Estado Social”, uma vez que “a larga maioria dos portugueses reconhece a sua importância”.

“Saibamos unir-nos em torno do Estado Social”, apelou o Presidente do CES, na abertura de um dos painéis do Congresso Nacional das Misericórdias, em Lisboa, sublinhando “a necessidade de garantirmos um Estado Social que permaneça fiel às duas obrigações”.

“Nós precisamos de manter uma relação entre o Estado e as diferentes organizações, mas dando-lhes mais autonomia, mais força”, asseverou, acrescentando que essa relação deve ser estabelecida com três condições: “autonomia, responsabilidade e confiança”.

Para Francisco Assis, trata-se de três palavras associadas ao contexto atual e que “não podem depender das pessoas que, em cada momento, representam as instituições”.

Lembrando as palavras do Presidente da República na véspera no mesmo Congresso, Francisco Assis concordou com a necessidade de haver estabilidade para que haja mudanças, adiantando que “só isso poderá permitir que as instituições cumpram a sua missão com base nos três valores” apontados (autonomia, responsabilidade, confiança).

“Temos de ter uma sociedade baseada em regras e contratos”, referiu, explicando que “a autonomia (que deve ser dada às instituições) gera responsabilidade”. “Só um grande grau de autonomia pode gerar responsabilidade e só com ambas poderemos criar a confiança”, afirmou o Presidente do CES, defendendo que “as Santas Casas podem ter a responsabilidade de ajudar a devolver às pessoas a confiança nas instituições”.

A 14ª edição do Congresso das Misericórdias – com o tema “Valorizar o passado, viver o presente, projetar o futuro” – termina este sábado, 3 de julho.